quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cerco ao Castelo

Infecções urinárias

Alguns profissionais da saúde explicam a seus pacientes de uma forma análoga e bastante figurativa a infecção urinária como o cerco ao castelo. Este cerco aos castelos, caros leitores, pode lembrar-lhe as vossas aulas de história ou algumas passagens do nosso difícil e grandioso passado, embora o desenrolar de acontecimento, seja o mesmo os protagonistas são outros. O castelo corresponde ao nosso organismo e os inimigos são os micróbios, tendo como exemplo os Proteus que são comparáveis com os terríveis mouros. Normalmente estes micróbios/inimigos penetram no nosso organismo porque as nossas defesas não se encontram em bom estado, por isso, de acordo com o inimigo que entrou a estratégia utilizada e os aliados a ter diferem muito, isto é, cada inimigo tem um determinado ponto fraco que é onde temos que atacar.

Mas em si o que são infecções urinárias?

A infecção urinária corresponde á presença de microrganismo capazes de produzir infecções na urina e/ou diversos órgãos que constituem o aparelho urinário normalmente produz-se uma inflamação na bexiga e /ou rins da pessoa. Os agentes bacterianos causantes ou causadores desta doença são a Escheria cali, Proteus, Klebsiella e as Skaphylocous. E entre os fungos temos a Candida Albicans.

Outra das perguntas mais frequentes entre as pessoas que contraem esta doença é como ocorre a infecção?

Se maioritariamente o aparelho urinário não tem micróbios, isto com base na facto do aparelho urinário não ter qualquer comunicação com o meio externo.

Pois bem a hipóteses que mais tem apoio pelos profissionais da Medicina, especificamente urólogos é ocorrer uma contaminação por via ascendente, isto é, as bactérias existentes no recto, ânus e vagina penetram ascendentemente no aparelho urinário através da uretra e da bexiga.
Outra maneira de contrair infecções urinarias embora sejam pouco prováveis, são micróbios provenientes do sangue ou por contiguidade. Mas também há factores externos que nos fazem ser mais vulneráveis perante os micróbios como por exemplo, a diminuta ingestão de líquidos que estimula a hiperconcentrção urinária; as doenças que provocam obstrução urinariam certas manobras ou tratamentos agressivos como a invasão do aparelho urinário. Por outro lado também a um conjunto de doenças e hábitos que podem agravar o panorama quadro clínico de uma infecção urinária, como são o caso das doenças imuno depressão, a diabetes, o abuso de analgésicos e a obstrução, êxtase e refluxos urinários.
As infecções urinárias ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, não são contagiosas, isto é, não se apanham nas casas de banho nem tão pouco são doenças de transmissão sexual, embora este factor possa condicionar ou predispor no sexo feminino por razões que apresentaremos no próximo artigo denominado “Mais frequente nas mulheres que nos homens porquê?”

As infecções urinárias podem ser divididas em:


- Infecções das vias urinárias inferiores: localizadas na bexiga (cistite) na prostata (prostatite) e na uretra (uretrite);

- Infecções das vias urinarias superiores: localizadas nos rins (pielonefrite).

A pielonefrite caracteriza-se pela apariação de calo frios e aumento da temperatura corporal, podendo ser superior a 40º C, dor na região lombar que se pode irradiar para a região abdominal acompanhada de náuseas e vómitos.

Os principais sintomas de infecções urinárias são:


  • Dor, desconforto ao urinar;
  • Sensação de peso ou mal-estar no fundo da barriga;
  • Uma terrível vontade de urinar, embora se tenha acabado d o fazer a poucos minutos;
  • Urinar muitas vezes, embora não haja quase urina nenhuma.


Chamamos a atenção que este é o quadro clínico geral das infecções urinarias podendo ou não aparecer estes sintomas com maior ou menor magnitude de acordo com as defesas e resistência do organismo, como já referimos noutros artigos referentes a outras doenças.

Embora no nosso concelho não seja muito comum os cidadãos apresentarem este tipo de doenças, e muito menos consultar os especialistas por uma possível infecção. Nos estados unidos as infecções urinarias são responsáveis por cerca de 6milhoes de consultas clínicas por ano. Com tudo as freguesias do concelho apresentam um conjunto de plantas que são úteis no tratamento de doenças entre elas temos:

Quebra-pedra



A quebra-pedra é uma árvore da família dos Euphorbiaceae. É uma planta que foi introduzida no Brasil mas com origem nas ilhas Mascarenhas. É uma herbácea anual ou perene até 60 cm de altura e é infestante dos jardins e terrenos abandonados.
O chá de 1,3 ou 5 raminhos secos foi referido para dores de barriga, pedra nos rins e infecções urinárias, por vezes é referida a adição de folhas de laranjeira ou limoeiro.




Sempre Noiva:
É uma planta frequente nas bermas dos caminhos nas regiões de baixa altitude. Pertence à família dos polygonaceae.
É uma herbácea anual, glabra, muito ramificada erecta e decumbente.
A ingestão de um chá de suas folhas foi referida para infecções urinárias e dores de barriga.

Alfavaca:

A alfavaca é uma planta da família dos Urticaceae. É uma herbácea, perene, pubescente, com folhas alternas.
Podemos encontrar esta planta em zonas rochosas, junto a muros antigos e escarpas costeiras.
O chá das suas folhas é referido para dores de barriga, estômago, intestinos, dores de cabeça, prisão de ventre e para equilibrar a tensão arterial. Para infecções urinárias foram mencionados um chá e, posteriormente um banho de assento, utilizando as seguintes misturas: Alfavaca, losna e sempre noiva; barbas de milho, alfavaca e sempre noiva. Para o mesmo fim, referiram a preparação de um chá de alfavaca com losna.

Quais as doenças do coração?


No mundo Ocidental há mais pessoas que sofrem e morrem por causa das doenças cardíacas do que por qualquer outra doença. A causa subjacente destas e doutras afecções comuns do coração é uma alteração das artérias chamada aterosclerose, que é uma variedade da arteriosclerose.

* A aterosclerose: Produz-se uma obstrução das paredes das artérias, provocada por depósitos gordos. A artéria endurece e, eventualmente, pode ficar bloqueada. Este processo de endurecimento chama-se aterosclerose e é a principal causa das doenças do coração.

* A doença coronária: A doença coronária é a responsável por quase todos os casos de “ataque cardíaco”. Dos que sofrem ataques, cerca de 25% morre dentro das horas seguintes. Outros 10% morrem dentro de quatro semanas seguintes. A aterosclerose produz-se quando as artérias ou as suas ramificações ficam bloqueadas, parte do músculo cardíaco que elas irrigam fica privada de oxigénio, e tudo isto provoca um estado de isquémia miocárdia, com dificuldade respiratória e dores no peito (angina), especialmente ao fazer exercício ou ao estar num estado de tensão emocional.

* A angina de peito: A angina é a dor que se sente na região torácica interna, por detrás do esterno, por causa da diminuição do fluxo sanguíneo em algum sector do músculo cardíaco. A dor, o incómodo ou a sensação de pressão podem ser intensos e o nível de angústia varia. A dor pode fundir-se pelo ombro e o braço (geralmente do lado esquerdo), mas também pode afectar ambos os braços, o pescoço e até a parte inferior do rosto. Estes sintomas parecem-se com os de um ataque de coração, mas, regra geral, duram apenas alguns minutos.

* O ataque cardíaco: O ataque cardíaco acontece quando a circulação do sangue através de uma artéria coronária, ou de uma das suas ramificações maiores, fica interrompida por um trombo ou coágulo sanguíneo, por causa, principalmente, de uma condição avançada de aterosclerose. A região do músculo cardíaco danificada pela falta de sangue é denominada enfarte. Se o enfarte for reduzido e o sistema condutor do coração não se encontrar afectado, há uma boa probabilidade de recuperação.


* A hipertensão: A hipertensão ou tensão sanguínea elevada é a causa seguinte mais comum e perigosa das doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos. A hipertensão, denominada “assassino silencioso”, não produz sintomas durante os primeiros quinze anos e passa inadvertida se não controla a tensão sanguínea.

* A insuficiência cardíaca: A insuficiência cardíaca ou insuficiência cardíaca congestiva acontece quando o coração não pode continuar a bombear o sangue eficientemente. Pode ser o resultado de diversas causas: um coração debilitado por um ataque ou outra doença local. Como febre reumática ou endocardite infecciosa; válvulas defeituosas do músculo cardíaco que não controlam bem o fluxo de sangue no interior das câmaras do coração, o que torna a acção de bombardeamento ineficaz; e anemia, doença em que o coração deve bombear uma quantidade adicional de sangue para poder compensar a menor quantidade de oxigénio levado pelo sangue.

Sistema linfático

O sistema linfático

O sistema linfático faz parte do sistema imunitário do nosso organismo. Este último, combate as infecções e outras doenças.
No sistema linfático, uma rede de vasos linfáticos transporta um líquido transparente, chamado linfa. Os vasos linfáticos são “conduzidos” para os gânglios linfáticos (pequenos órgãos, de forma redonda). Nos gânglios linfáticos existem os linfócitos (um tipo de glóbulos brancos). Os gânglios linfáticos existem no pescoço, axilas, tórax, abdómen e virilhas.
Outras partes do sistema linfático incluem amígdalas, o baço e o timo. O tecido linfático também encontra-se noutras partes do corpo, como o estômago, a pele e o intestino delgado.
Existem muitos tipos de LNH. Todos os tipos de linfoma têm início nas células do sistema linfático.
O LNH tem início quando um linfócito, uma célula B ou uma célula T, torna-se anómala. Geralmente, o LNH começa numa célula B, num gânglio linfático, A célula anómala divide-se para fazer cópias de si própria; as novas células dividem-se novamente, e novamente, originando mais e mais células anómalas. As células anómalas são células cancerígenas, que não morrem quando deviam. Não protegem o organismo de infecções nem de outras doenças. As células cancerígenas podem espalhar-se para quase todas as partes do organismo, ou seja, metastizar.
Muitas vezes, o médico não consegue explicar porque é que uma pessoa desenvolve LNH e outra não. No entanto, a investigação demonstra que determinados factores de risco aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver esta doença.


Geralmente, os factores de risco mais comuns para o LNH, estão seguidamente apresentados:

* Sistema imunitário debilitado: ter um sistema imunitário debilitado, devido a um problema hereditário, a infecção por HIV (vírus da imunodeficiência humana), devido a certos fármacos ou outros factores, aumenta o risco de desenvolver LNH.
* Determinadas infecções: ter certo tipo de infecções, pode aumentar o risco de desenvolver LNH. No entanto, o linfoma não é contagioso; não se” apanha” linfoma de outras pessoas.



Os principais tipos de infecção que podem aumentar o risco de linfoma, são:

* Vírus da imunodeficiência humana (HIV): O HIV é o vírus que provoca a SIDA (síndrome da imuno deficiência adquirida). A s pessoas que estão infectadas com HIV, têm maior risco de desenvolver certos tipos de LNH.
* Vírus de Epstein-Barr (EBV): A infecção com EBV tem sido associada a um risco aumentado de linfoma.
* Helicobacter pylori: Esta bactéria pode causar úlceras no estômago; pode ainda aumentar o risco da pessoa ter linfoma, no revestimento do estômago.
* Vírus dos linfomas T humanos (HTLV-1): A infecção por HTLV-1 aumenta o risco de desenvolver linfoma e leucemia.
* Vírus da hepatite C: Alguns estudos demonstraram um risco aumentando de linfoma, em pessoas com vírus da hepatite C.
* Idade: Apesar do LNH poder aparecer em pessoas jivens, a probabilidade de desenvolver esta doença aumenta com a idade. A maioria das pessoas com LNH tem mais de 60 anos.

Está a ser estudada a obesidade e outros possíveis factores de risco para o LNH. As pessoas que trabalham com herbicidas, ou determinados químicos, podem ter um maior risco para esta doença. Está bem a ser estudada a possível relação entre a utilização de tintas para o cabelo, antes de 1980, e o LNH.
Felizmente, a maioria das pessoas que apresentam factores de risco para LNH, não chegam a desenvolver a doença. Por outro lado, muitas pessoas que desenvolvem a doença, não apresentam quaisquer factores de risco.
Se pensa que pode apresentar risco aumentado para ter LNH, deverá discutir essa preocupação com o médico. Assim, poderá saber como reduzir o risco e qual será o calendário ideal para fazer exames regulares.

Os linfomas podem ser agrupados pela sua velocidade de crescimento:

* Indolentes (ou baixo grau): Crescem lentamente. Tendem a causar poucos sintomas.
* Agressivos (grau intermédio ou alto grau): Crescem e espalham-se mais rapidamente. Tendem a causar sintomas graves. Com o tempo, muitos linfomas indolentes tornam-se linfomas agressivos.

Células Estaminais

As células estaminais, também conhecidas por células – mãe ou germinativas, são células mestras que têm a capacidade de se transformar noutros tipos de células.
A designação de pluripotencial a estes tipos de células, são-lhes atribuídas pela sua capacidade de conversão em qualquer órgão. Desta forma, permite ao embrião em qualquer órgão. Desta forma, permite ao embrião desenvolver-se, convertendo-o num completamente formado.


Benefícios:

* Pode curar vários tipos de células – Parkinson e Alzheimer

Lesões em grupos de determinadas células do cérebro.

Como? Fazendo um transplante das células estaminais de um embrião para a parte do cérebro com lesões, substituindo-se assim, o tecido que daí se perdeu.

Futuras aplicações:

* Tratamento de muitas “doenças mortais”, como AVC’s, diabetes, doenças cardíacas, paralisia.

Impactos:

* Éticos;
* Políticos;

Alternativas às células estaminais de embriões:

* Células estaminais da medula óssea de adultos, porque têm a capacidade de se diferenciarem em diferentes glóbulos vermelhos ao longo da vida, com o objecto destas produzirem células do cérebro, fígado, coração e células nervosas.

Sem possibilidade de rejeição


* Sangue placentário (do cordão umbilical – eliminado no parto).

Tem como vantagens, o facto de não prejudicar nem a mãe nem o filho; ser compatível com o bebé, caso este venha a adoecer e ainda, pode ser compatível com familiares do mesmo (não são vitais nem para o ser humano nem para o bebé).
Pode ser aplicado nos tratamentos de problemas sanguíneos, tais como leucemia, perturbações genéticas e imunitárias; cura para AVC’s, diabetes, Parkinson e distrofia muscular.


Contras:

* Mata embriões humanos, para fins experimentais, após a extração das células, por teimosia dos cientistas.

SIDA

SIDA


“Não se apanha sida pelo que se é, mas pelo que se faz”

A SIDA é uma doença comportamental, isto é, associada aos comportamentos de risco.

“Por vezes, não paramos para pensar, deixamo-nos ir e corremos riscos desnecessários…”

Breve referência histórica :
  • Em 1981 começou a surgir o fenómeno da SIDA
  • Até 1986, vários investigadores atribuíram diversos nomes ao vírus. Passou a denominar-se o vírus dos três H’s: - Homossexuais;
    - Hemófilos;
    - Haitianos;
  • Mas só em 1986 é que o vírus (tido como causador da SIDA) foi definido e designado por VIH;
O que é a SIDA?

A SIDA, é o Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. É a fase avançada da infecção provocada pelo vírus da Imunodeficiência humana (VIH).



Como ataca o VIH o nosso Sistema Imunitário?


Qual a diferença entre um portador do VIH e um doente?






Fases da SIDA:







Sendo a SIDA uma das doenças mais terríveis e temíveis deste século, existe a necessidade imperiosa de educar!

Como se transmite?

  1. Via sexual: relação sexual;
    As secreções sexuais de uma pessoa infectada, mesmo que aparentemente saudável, podem transmitir o VIH sempre que exista uma relação sexual com penetração sem preservativo (oral e vaginal).
  2. Via sanguínea: sangue contaminado;
    Através de seringas, agulhas e/ou outro material com sangue contaminado. Exemplos: tatuagens, escova de dentes, corta-unhas, seringas. Os grupos mais afectados são o dos toxicodependentes (maiores disseminadores da infecção).
  3. Via peri - natal: mãe - filhos;
    Uma mulher grávida portadora do vírus da SIDA, pode contaminar o seu filho durante a gestação, o parto e o aleitamento.

    A SIDA, não se transmite ao cumprimentar essa pessoa, ao saudar-lhe, na reutilização dos talheres, ao dançar, no convívio…

Existe cura?

Não. A prevenção é a única arma eficaz para combater esta doença.


Curiosidade atroz: Por hora, infectam-se cerca de 256 indivíduos.

A incidência da SIDA e de infecção por VIH continua a aumentar a um ritmo exponencial em todo o mundo. Neste, todos os dias, mais de 7000 jovens com menos de 15 anos são infectados pelo VIH, ou seja, em média, numa hora, surgem 292 novos casos de SIDA entre os jovens.
No continente Africano, em algumas cidades, um em cada três está infectado com VIH, incluindo mulheres grávidas e 60% das camas hospitalares são ocupadas por doentes com SIDA.


Notificação dos casos de infecção pelo VIH:



Para além da desinformação, a descriminação é um dos graves problemas do VIH/SIDA.
Os indivíduos infectados com este vírus vêem gravemente comprometida a sua integridade psicológica, por serem indivíduos “apontados a dedo” pela nossa sociedade (exclusão social).
O VIH não pode ser vista como uma doença de exclusão.


A sociedade tem de andar A VIVER COM… e NÃO A MORRER COM…

Os miomas

"Os miomas são tumores benignos originados do tecido muscular liso, presente em diversos órgãos do nosso organismo. No entanto, o local onde ocorre com maior frequência é o útero, sendo a neoplastia mais frequente desse órgão. Os miomas não são cancros, e a probabilidade de se transformarem num é extremamente baixa."

Acometem aproximadamente um quarto das mulheres em idade fértil, e acredita-se que até 50% das mulheres possam apresentar essa doença em alguma época de suas vidas. Pode ocorrer a partir da puberdade, mas a idade de maior incidência é a quarta década de vida. As estatísticas mostram que os miomas são mais comuns em mulheres negras, naquelas que ainda não engravidaram e em mulheres que apresentam condições associadas a altos níveis de estrogénio no sangue.


A causa é desconhecida, mas sabe-se que os miomas originam-se de uma única célula, que começa a se multiplicar desordenadamente, e origina o tumor. Por isso, acredita-se que exista alguma base genética para o seu desenvolvimento e pode ser devido a isso que ele seja mais comum nas mulheres negras e que apresente uma tendência a acometer mulheres da mesma família.
O crescimento desses tumores ocorre por acção do estrogénio, uma hormona feminina de extrema importância, e isso pode explicar o seu desenvolvimento durante a fase reprodutiva da vida da mulher, a sua inexistência antes da puberdade e a redução de tamanho após a menopausa (quando os níveis de estrogénio diminuem). Qualquer coisa que leve a um aumento dos níveis de estrogénio pode fazer com que o mioma tenha um crescimento maior e mais rápido.

Mais da metade das mulheres com miomas não apresenta nenhum sintoma, e não existem sinais ou sintomas específicos dessa doença. Assim, na maioria das vezes eles são descobertos em exames de rotina, como uma casualidade. Algumas vezes, o diagnóstico pode ser suspeitado devido ao aumento do tamanho do abdómen, que pode levar a mulher a pensar que apenas engordou um pouco ou até que está grávida.
A manifestação mais frequente é a alteração menstrual, com aumento dos dias de menstruação e da quantidade de sangramento. A cada menstruação, o fluxo vai ficando maior, aumentando o número de absorventes utilizados. Podem ocorrer também sangramentos fora do período menstrual, às vezes com coágulos. Essas alterações podem levar à anemia.
Esse aumento do período menstrual pode acompanhar-se de dor, que decorre de um maior acúmulo de sangue no útero, provocando distensão dolorosa e maior contracção da musculatura para eliminar esse conteúdo.
À medida que o útero cresce, começa a comprimir estruturas e órgãos próximos, podendo ocasionar dor, inclusivo durante as relações sexuais. Pode ocorrer compressão da artéria que nutre o mioma, o que faz com que ele sofra degeneração e suas células morram, o que se acompanha de dor. A compressão da bexiga leva à redução da capacidade de armazenar urina, levando a paciente a urinar com maior frequência. Outro sintoma decorrente de compressão é a constipação intestinal (prisão de ventre), já que o útero pode comprimir o recto, dificultando a passagem das fezes.
A dificuldade para engravidar é frequente em pacientes com miomas uterinos, já que esse tumor pode levar a alterações (deformidades) do órgão que dificultam a implantação do ovo. Porém, isso não ocorre em todas as pacientes.


O diagnóstico é suspeitado inicialmente pela história da paciente e pelo exame físico realizado pelo ginecologista. Durante o exame, pode ser palpada uma massa de localização sugestiva de ser uterina. O principal exame utilizado é o ultra-som, que pode demonstrar a presença do mioma e também a sua localização.
Ele pode ser classificado em:
Sub - seroso: localiza-se na porção mais externa da parede do útero, relacionado mais raramente a sintomas de sangramento. O principal sinal é o aumento do abdómen.
Intra - murais: estão localizados na porção média da parede do útero, e são os mais comuns.
Sub - mucosos: são os que se localizam mais próximos da cavidade uterina, sendo os mais sintomáticos. Quase sempre causam sangramento. Eventualmente, ele pode sair pelo orifício do colo uterino, caracterizando o chamado "mioma parido".
Outro exame utilizado é a estereoscopia, no qual é inserida uma sonda no útero, contendo uma espécie de câmara que permite a visualização da cavidade uterina. Ajuda muito no diagnóstico dos miomas sub - mucosos. Exames raramente utilizados são: radiografia simples da pelve, tomografia computadorizada, ressonância magnética.


A associação entre mioma e gravidez ocorre em aproximadamente 0,13% a 7%. Nessa situação, o mioma pode determinar gravidez ectópica (quando o ovo implanta em outro local que não a cavidade uterina), abortamento, parto prematuro, sangramento e dificuldades durante o parto. Além disso, eles podem aumentar significativamente de tamanho durante a gestação, devido aos altos níveis hormonais. Cada caso deve ser analisado individualmente, para determinação da necessidade de tratamento.


Nem toda paciente deve ser tratada, já que se trata de uma doença benigna e que na grande maioria dos casos não causa sintomas. O conceito principal é de que o mioma deve ser tratado quando causa sintomas significativos. Nos casos assintomáticos, a paciente deve ser acompanhada regularmente.

Existem basicamente três tipos de tratamento:

1) Medicamentoso
Esse é, geralmente, o primeiro passo no tratamento dos miomas. Os objectivos são controlar o sangramento, inibir o crescimento dos miomas ou reduzir o seu tamanho (especialmente antes da cirurgia). Muitas vezes, o uso de anti-inflamatório já é suficiente para controlar os sintomas, não sendo necessário nenhum outro tipo de terapia.
Os medicamentos mais indicados, quando se deseja a redução do tamanho dos miomas, são os chamados análogos do GnRH. Eles criam uma falsa menopausa, reduzindo a liberação de estrogénio pelos ovários. São úteis também para controlo do sangramento. O problema é que, após a interrupção do uso do medicamento, os miomas voltam a crescer. Isso é importante, pois essas drogas podem ser usadas por no máximo 6 meses. Os efeitos colaterais são: ondas de calor, insónia, secura vaginal, diminuição da libido, perda temporária de memória, aumento do risco de osteoporose.

2) Cirúrgico
Indicado nos casos sintomáticos, nos miomas muito grandes, na presença de sinais de degeneração (alterações do tecido do mioma), e nos casos em que o mioma é causador de infertilidade. As modalidades são:
• Miomectomia: retira-se apenas o mioma, preservando-se o útero. Indicada nos casos em que a mulher queira preservar a capacidade de reprodução ou de menstruar. Porém, pode não ser conseguido em alguns casos. A recorrência ocorre em um terço dos casos. Uma das complicações é a formação de aderências.
• Histerectomia: consiste na retirada do útero. É o tratamento de escolha em mulheres que não querem mais engravidar.

3) Embolização
É realizada com a colocação de um cateter dentro da artéria uterina que nutre o mioma, seguida da injecção de agentes que levam à formação de êmbolos no interior da artéria, com interrupção do fluxo de sangue. Está indicada quando a paciente quer manter o útero ou quando existem contra-indicações à histerectomia. As complicações associadas a esse método são: isquemia grave do útero (como se fosse um enfarte, parecido com o do coração), ocorrência de infecção e parada das menstruações.

vírus do papiloma humano

O que é o vírus do papiloma humano (HPV)?

O vírus do papiloma humano é um vírus que faz parte da família Papovaviridae. Existem mais de 130 genótipos (1).

Desta família fazem parte alguns subtipos que causam as vulgarmente chamadas “verrugas” cutâneas. A família do Vírus do Papiloma Humano era classicamente dividida em tipos cutâneos e tipos mucosos. Esta classificação mostrou ser artificial, uma vez que existem subtipos mucosos que também infectam a pele e vice-versa. A classificação actual divide os 130 genotipos em subtipos (90-98% de homologia) e em variantes (>98% de homologia), consoante a homologia das sequências do DNA na regiões que codificam para as proteínas E6 e E7.

Os HPV que infectam a região anogenital podem ser divididos em dois grupos: o primeiro, associado a um alto risco de desenvolvimento de cancro do colo do útero – HPVar – (16,18,26,31,33,35,39,45,51,52,53,56,58,59,66,68,73 e 82); o segundo grupo, associado a um baixo potencial carcinogénico – HPVbr – (6,11,40,42,43,44,54,61,72 e 81).



Qual a ligação entre o HPV e o cancro do colo do útero?


A origem viral do cancro do colo do útero já foi largamente provada. O DNA do HPV pode ser encontrado em 99,7% de todos os cancros do colo do útero, sendo os tipos 16, 18, 45,31 os mais frequentes.

A infecção por um subtipo HPVar é um pré requisito necessário para o desenvolvimento do cancro do colo do útero. A OMS reconhece o HPV 16 e 18 como agentes carcinogénicos para os humanos.

O cancro do colo do útero é de origem viral, o que significa que é tratável e até prevenível. Sendo uma das principais causas de doenças sexualmente transmissíveis no mundo, o uso do preservativo é recomendado.



A nível da técnica laboratorial, como identificam o vírus?


São utilizadas técnicas de biologia molecular (Captura híbrida 2 (HC2) e PCR por microarrays), com elevada sensibilidade e especificidade (95-100%), e elevado valor preditivo negativo (100%) para lesões de alto grau, o que quer dizer que se não for encontrado HPV nestes testes, seguramente não vai haver cancro do colo do útero, desde que não haja posterior infecção.

Estes testes aumentam para 97% a sensibilidade dos testes de rastreio actualmente implementados (50%), se executados em paralelo.

O teste de rastreio pela citologia, quer seja Papanicolau ou citologia líquida (Thinprep), tem algumas limitações, porque origina muitos falsos negativos, tanto porque dependem da observação, da qualidade da colheita e não é um teste com capacidade prognóstica.

No laboratório, para as metodologias de biologia molecular podemos utilizar o escovilhão seco, que serviu para fazer a colheita no colo do útero e a citologia líquida (Thinprep). Temos ainda um escovilhão próprio para a metodologia HC2 e que facultamos aos nossos colegas ginecologistas.


Qual o grande potencial do diagnóstico do HPV?

Já há vacina para os subtipos HPV 16 e 18 e outra que engloba os subtipos 16, 18, 31 e 45, que são de alto risco e os mais agressivos e mais prevalentes. Contudo, esta vacina é profiláctica e não terapêutica, pelo que deve ser administrada antes da mulher estar infectada. Portanto, o grande potencial do diagnóstico do HPV é o de um rastreio primário.
(1) São sequências de DNA diferentes, independentemente de pertencerem à mesma família do vírus do papiloma humano.


O SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático faz parte do sistema imunitário do nosso organismo. O sistema imunitário combate as infecções e outras doenças.
No sistema linfático, uma rede de vasos linfáticos transporta um líquido transparente, chamado linfa. Os vasos linfáticos são "conduzidos" para os gânglios linfáticos (pequenos órgãos, de forma redonda). Nos gânglios linfáticos existem os linfócitos (um tipo de glóbulos brancos). Os gânglios linfáticos capturam e removem bactérias, e outras substâncias nocivas, que possam estar na linfa. Os gânglios linfáticos existem no pescoço, axilas, tórax, abdómen e virilhas.
Outras partes do sistema linfático incluem as amígdalas, o baço e o timo. O tecido linfático também se encontra noutras partes do corpo, como o estômago, a pele e o intestino delgado.

SISTEMA LINFÁTICO. LINFOMA NÃO HODGKIN (LNH)


Existem muitos tipos de LNH. Todos os tipos de linfoma têm início nas células do sistema linfático.
O LNH tem início quando um linfócito, uma célula B ou uma célula T se torna anómala. Geralmente, o LNH começa numa célula B, num gânglio linfático. A célula anómala divide-se, para fazer cópias de si própria; as novas células dividem-se novamente, e novamente, originando mais e mais células anómalas. As células anómalas são células cancerígenas, que não morrem quando deviam. Não protegem o organismo de infecções nem de outras doenças. As células cancerígenas podem espalhar-se para quase todas as partes do organismo, ou seja, metastizar.
Muitas vezes, o médico não consegue explicar porque é que uma pessoa desenvolve LNH e outra não. No entanto, a investigação demonstra que determinados factores de risco aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver esta doença.
Geralmente, os factores de risco mais comuns, para o LNH, são em seguida apresentados:
o Sistema imunitário debilitado: ter um sistema imunitário debilitado, devido a um problema hereditário, a infecção por HIV (vírus da imunodeficiência humana), devido a certos fármacos ou outros factores, aumenta o risco de desenvolver LNH.
o Determinadas infecções: ter certo tipo de infecções, pode aumentar o risco de desenvolver LNH. No entanto, o linfoma não é contagioso; não se "apanha" linfoma de outra pessoa.

Os principais tipos de infecção, que podem aumentar o risco de linfoma, são:


Vírus da imunodeficiência humana (HIV): o HIV é o vírus que provoca a SIDA (síndrome da imunodeficiência adquirida). As pessoas que estão infectadas com o HIV , têm maior risco de desenvolver certos tipos de LNH.
Vírus de Epstein-Barr (EBV): a infecção com EBV tem sido associada a um risco aumentado de linfoma.
Helicobacter pylori : esta bactéria pode causar úlceras no estômago; pode, ainda, aumentar o risco da pessoa ter linfoma, no revestimento do estômago.
Vírus dos linfomas T humanos (HTLV-1): a infecção por HTLV -1 aumenta o risco de desenvolver linfoma e leucemia.
Vírus da hepatite C: alguns estudos demonstraram um risco aumentado de linfoma, em pessoas com o vírus da hepatite C. É necessário continuar a investigar qual o papel do vírus da hepatite C.
Idade: apesar do LNH poder aparecer em pessoas jovens, a probabilidade de desenvolver esta doença aumenta com a idade. A maioria das pessoa com LNH tem mais de 60 anos
Está a ser estudada a obesidade e outros possíveis factores de risco para o LNH. As pessoas que trabalham com herbicidas, ou determinados químicos, podem ter risco aumentado para esta doença. Está também a ser estudada a possível relação entre a utilização de tintas para o cabelo, antes de 1980, e o LNH.
A maioria das pessoas que apresentam factores de risco para LNH, não chegam a desenvolver a doença. Por outro lado, muitas pessoas que desenvolvem a doença, não apresentam quaisquer factores de risco.
Se pensa que pode apresentar risco aumentado para ter LNH, deverá discutir essa preocupação com o médico; poderá saber como reduzir o risco e qual será o calendário ideal para fazer exames regulares.


Os linfomas podem ser agrupados pela sua velocidade de crescimento:


Indolentes (também chamados de baixo-grau): crescem lentamente. Tendem a causar poucos sintomas.
 Agressivos (também chamados de grau intermédio ou de alto grau): crescem e espalham-se mais rapidamente. Tendem a causar sintomas graves. Com o tempo, muitos linfomas indolentes tornam-se linfomas agressivos.